Você está em Guadalajara, entrando no centro nervoso do Pan. Mas olha para um lado e vê três caixões. Um deles é roxo, com desenho de uma enorme borboleta. O outro é preto e branco, decorado com grandes fotos de automobilismo. Entre os dois, um terceiro caixão tem a imagem de Nossa Senhora.
Achou estranho? Pois do outro lado você vê um caixão “Cassino e Bar”, com bebidas, roleta e uma televisão com DVD e videogame. Se para os brasileiros a morte é, sempre, uma ocasião triste, para os mexicanos ela tem, também, um lado mais colorido.
Quem foi à Expo México Funerario, que terminou na terça-feira no mesmo centro de convenções que receberá os eventos de boxe do Pan, teve uma amostra desse lado. Essa característica mexicana, porém, está mais forte em uma das tradições do país mais conhecidas no mundo: a festa do “Dia dos Mortos”.
Entre outubro e novembro, os mexicanos enfeitam as casa com caveiras, preparam doces típicos e fantasias para celebrar o seu feriado de Finados. Se no Brasil é dia de ir ao cemitério lembrar de parentes queridos que já morrerem, no México é uma festa para receber os fantasmas dos mortos, que têm uma chance por ano para voltar ao mundo dos vivos.
É uma festa alegre, em que as famílias se encontram para celebrar e lembrar quem já foi. São feitas caveiras e pães doces, são montados altares com oferendas que incluem comidas, bebidas (até mesmo tequila...) e brinquedos, para as crianças.
A Expo México Funerario é a maior feira do setor do país e contou com mais de 10 mil pessoas em dois dias. Além dos caixões coloridos, os visitantes viram urnas para cinzas nos mais diferentes formatos e materiais. De pedra ornamentada até receptáculos feitos de sal, para dissolver em rios e mares. Caixões de papelão que aguentam 300 quilos até os mais variados carros funerários, com a tradicional traseira alongada – entre eles até um Hummer adaptado.
Para quem, apesar da alegria mexicana, não curte o clima de um evento fúnebre, não tem problema. Na tarde de terça-feira os expositores já estavam desmontando os estandes, para liberar a área para o Pan.
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