O juiz eleitoral é mais do que um vigilante da lei

O juiz eleitoral é mais do que um vigilante da lei

 O  papel de um juiz eleitoral nas eleições pode ser, também, de educador? Pode e deve. Muito mais do que um zelador legítimo da lei, o magistrado é um disciplinador.

Noutro dia, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, disse que quem mais sabe do cidadão em relação às eleições é o juiz eleitoral de primeiro grau, porque eles são os representantes diretos da democracia e sustentam a confiança do eleitor no processo democrático; daí, a responsabilidade de garantir o processo de escolha sem qualquer mácula.

Trazendo a questão para o plano local, há de se reconhecer a determinação do juiz José Herval Sampaio Júnior, titular da 33.ª Zona e responsável pela propaganda eleitoral no pleito deste ano, de estabelecer uma nova mentalidade do político-candidato e do cidadão-eleitor.

Numa entrevista ao “Cafezinho com César Santos” – confira no defato.com –, o magistrado foi enfático, ao afirmar que o seu papel iria além de fiscal e aplicador da lei, à medida que estava determinado de atuar na educação do voto.

E é exatamente isso que Herval Sampaio está fazendo, através de permanentes encontros, reuniões, palestras, entrevistas e outros meios de comunicação direta com candidatos, representantes de partidos, coligações e a sociedade em geral.

Mais do que isso, o juiz está disposto a inovar e, de Mossoró, oferecer um projeto novo para o resto do país: a conscientização do eleitor através do “comício institucional”, em que o juiz eleitoral assume o palanque para discursar, com linha exclusivamente centrada na orientação do voto.O modelo do palanque é o tradicional, com direito a atrações musicais que possam atrair o público, principalmente dos jovens de primeiro voto.

Nos comícios institucionais, o juiz explicará as leis, abordará a Ficha Limpa e conscientizará o eleitor para a importância de votar certo, de escolher governantes que estejam efetivamente comprometidos com o bem público. Para viabilizar a estrutura de palanque, o juiz da 33.ª Zona Eleitoral já iniciou entendimento com possíveis parceiros, representantes dos mais variados segmentos.

Herval Sampaio já teve aprovada a solicitação feita ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) e espera agora a autorização do Tribunal Superior Eleitoral. Ele deve receber o aval para desenvolver o projeto, dada a sua importância e a determinação da Justiça Eleitoral brasileira de estabelecer um novo e moralizador momento no processo eleitoral do país.

Temos um juiz educador, para o bem do processo democrático.

Fonte:
http://defato.com/blog/cesar-santos/2012/08/01/coluna-do-dia-1o-de-agosto/