O deputado federal Henrique Eduardo Alves aproveitou o auditório do encontro regional do PMDB em Caraúbas, no último sábado, 30, para criticar o movimento camponês contrário ao projeto do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), de irrigação da chapada do Apodi. Henrique teria dito que a resistência ao projeto é uma "medida tacanha".
Em entrevista ao jornalista, Cézar Alves, para o portal No Minuto, Henrique teria taxado os líderes dos trabalhadores de "caras de pau", por eles terem ido ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, pedir para reformular o projeto inicial do distrito que prevê a desapropriação de uma área de 14 mil hectares.
Ontem em Natal, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Apodi, Francisco Edilson Neto, disse não ter ficado surpreso com as declarações do líder peemedebista. "A raiva dele foi que conseguimos abrir diálogo com o governo federal", alfinetou.
Para ele, Henrique está defendendo o que sempre defendeu: o agronegócio. "Ele sempre quis 'sacanear' com a agricultura camponesa", reclamou Edilson, aproveitando para questionar qual foi a contribuição de deputado para Apodi. "Ele quer tirar a terra dos pequenos produtores para entregá-la a cinco empresas, para fazer o mesmo que fizeram no Vale do Açu ou em Limoeiro do Norte/CE", acrescenta.
Os agricultores foram ontem a Natal para uma reunião preparatória antes do novo encontro com o ministro Fernando Coelho, em Brasília, onde vão apresentar uma proposta diferente da do Dnocs. "Queremos irrigar o Vale e a Chapada do Apodi, além de perenizar o rio Umari, beneficiando também Caraúbas", enfatizou.
A coordenação do projeto de irrigação voltou a convocar os agricultores para encontro na Casa de Cultura do Apodi, hoje, onde será feita nova apresentação. Mesmo sem ter sido convidado, o Sindicato prepara nova mobilização.
http://www.defato.com/estado.php
Nenhum comentário:
Postar um comentário