Adolescente paga R$ 1.000 para evitar bullying
Ameaças duraram um ano e continuaram mesmo após o agressor mudar de colégio
Do R7
Um estudante de 13 anos pagou R$1.000 para não ser agredido na escola. O aluno foi ameaçado durante um ano por um colega que exigia que a vítima pagasse pequenas quantias que somadas chegavam a esse valor.
A extorsão aconteceu dentro da escola Estadual Vespasiano Martins, em Campo Grande no Mato Grosso do Sul. O autor das ameaças pediu transferência de escola em dezembro do ano passado.
Mesmo assim ele continuou a ameaçar a vítima. Na última semana, ele ligou para o estudante pedindo mais dinheiro, dessa vez o aluno ameaçado gravou a conversa.
Depois de marcarem um encontro em um terminal de ônibus eles discutiram o preço a ser pago. A vítima perguntou de quanto seria o valor dessa vez e o agressor respondeu que exigiria R$1.000.
Denúncia
O caso foi denunciado por uma vizinha. Ela descobriu que o filho – aluno do mesmo colégio- também era extorquido.
A denúncia foi registrada na Deaij (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente) como extorsão. O autor das ameaças foi chamado para prestar depoimento e confessou que pedia dinheiro para não bater nos colegas.
A delegada Aline Lopes conta que o autor considera essa atitude como normal.
-Ele afirmou que não ameaçava; para ele isso não era ameaça, era normal para ele. Mas confessou dizendo que podia ter dito que ia bater, mas que nunca os ameaçou de morte.
O inquérito foi enviado ao Ministério Público. A delegada não pediu a detenção do autor por ele não ter passagem pela polícia. O estudante que cometia bullying tem a mesma idade e tipo físico que a vítima, o que chamou a atenção da polícia.
Para a psicóloga, Valéria Rezende da Silva, ainda que a vítima não tenha sido agredida fisicamente o caso se configura como bullying.
-Este rapaz agressor devia ter um poder de persuasão muito forte, porque ele conseguiu realmente dominar este outro garoto da mesma idade e tipo físico. Esta é uma característica clássica de bullying.
Colaboraram Juliene Katayama e Rafael Cozer, do portal MS Record
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