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sexta-feira, 20 de maio de 2011

CAPACITAÇÃO NA ESCOLA MUNICIPAL 12 DE OUTUBRO

O Corpo docente da Escola Municipal 12 de Outubro, consciente do compromisso com o ensino de qualidade, reuniu-se no dia 19 de maio de 2011, nas dependências da Secretaria Municipal de Educação de Apodi-RN, para uma FORMAÇÃO SOBRE AS MATRIZES CURRICULARES - Estudando os descritores em Língua Portuguesa - Auxiliando na compreensão da interpretação textual.
Este é um ótimo tema haja visto a problemática de que no Brasil, pouquíssimos alunos concluem o 5° ano do Ensino Fundamental sem sequer saberem ler, imaginem interpretar o texto.
Mas uma vez a equipe gestora comandada pela competente Dilma Viana, juntamente com a equipe pedagógica, que teve como palestrante o gabaritado Marcos Magalhães, reuniu os professores da Escola que está entre as 10 melhores do RN, segundo o IDEB de 2009.
Com base nisso analisemos o quão se faz necessário esse trabalho, com o artigo:




Tribuna Livre
Uma pequena luz no fim do túnel
18/12/2010
*João José Forni

O Brasil avançou muito nos últimos anos. Em vários indicadores o país deu um salto gigantesco. Reduziu os desníveis de renda, estabilizou a economia, deu oportunidade de emprego e estudo a uma grande parcela da população. Sob qualquer ângulo que se olhe, o Brasil de 2010 é bem diferente do de 30 anos atrás.

Para se tornar uma potência, falta ainda o Brasil encontrar o caminho onde, talvez,  seja mais vulnerável. A qualidade da educação. Promessa de todos os governos, desde a Proclamação da República, os avanços na educação são lentos, parciais e equivocados. Por mais que se comemore a inserção de jovens, sem oportunidade de estudar, no contingente do ensino médio e universitário, ainda estamos longe de países com potencial econômico inferior ao do Brasil.

Por isso, não foi surpresa o resultado, divulgado no início do mês, da avaliação feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que mediu o conhecimento básico dos estudantes de 65 países. Jovens de 15 anos, de escolas públicas e privadas, foram submetidos a exame de matemática, leitura e ciências. O Brasil figurou num vergonhoso 53º lugar (ciências e leitura) e 57º (matemática).

A boa notícia: as médias dos estudantes brasileiros melhoraram se comparadas ao ano 2000.  Enquanto muitos países estagnaram. Nos primeiros cinco lugares despontam os orientais: China (primeira em tudo), Singapura, Coreia do Sul, Hong Kong, Taiwan, Japão. Só um país europeu, Finlândia.   Este fez uma autêntica revolução na educação nos últimos anos, onde aplica 6,1% do PIB.  O que já havia acontecido com a Coreia do Sul,  há 30 ou 40 anos, quando tinha um PIB menor e qualidade de vida pior que os do Brasil. O salto da Coreia tem muito a ver com altos investimentos em educação, valorizando o professor. Milhares de jovens foram enviados para estudar no exterior.

Por que melhoramos, mas não conseguimos mostrar grandes avanços na qualidade de nossa educação? Não existe uma única causa, mas várias. Especialistas são unânimes em apontar a degradação da profissão do professor, nas últimas décadas,  e a queda na qualidade do ensino, cada vez mais superficial, insuficiente e alheio à realidade. Transformaram o professor, principalmente nas escolas públicas, em funcionário público, cumpridor de horário. Não há investimento no docente. O salário mal dá para ele sobreviver. Como, então, melhorar a qualidade do ensino, se o professor não consegue comprar livros, participar de cursos de atualização, ter acesso a novas tecnologias e concorrer, muitas vezes, com os próprios alunos?

A má qualidade do ensino começa na escola fundamental e repercute na universidade. Não é demais insistir que a maioria dos alunos, salvo raras exceções,  como os oriundos de bons colégios privados e alguns raros públicos, chega despreparado à universidade. Não dominam os conteúdos do ensino médio, não têm hábitos saudáveis para estudar e pesquisar. Do exame realizado pela OCDE saltou uma triste constatação: os alunos brasileiros não sabem interpretar textos e nem fazer contas, habilidades que no passado eram a base do ensino.  Operações mais complexas, associação de ideias, textos mais difíceis são verdadeiros tormentos para os alunos que concluem o ensino médio e chegam à universidade.

Não é incomum alunos concluírem o curso superior sem saber fazer uma monografia. Os textos são confusos, não conseguem relacionar o pensamento e buscar na bibliografia o embasamento teórico para o projeto que eles mesmo escolheram. Salta aos olhos nesse momento a falta de leitura. São herdeiros do MSN, do Orkut, do SMS e das leituras superficiais da internet. As exceções são aqueles que, estimulados pelos pais ou professores, acostumaram-se a ler, discutir ideias e tentar caminhos mais ousados. Esses, lamentavelmente, continuam sendo as exceções.

De qualquer modo, há uma luz no fim do túnel. A escolaridade e as políticas voltadas à educação melhoraram nos últimos anos. E não foi apenas no governo Lula, como ele gosta de apregoar. Daí se explica nosso avanço na pesquisa, ainda que muito lento. Enquanto o professor precisar ser multitarefa, para sobreviver, com 20 a 40 horas-aula por semana, em salas de 40 a 50 alunos, não há como exigir dele desempenho de primeiro mundo.

Para piorar, professor deixou de ser uma profissão desejada pelos jovens, ao contrário da Finlândia, onde apenas 10% dos candidatos são aprovados numa rigorosa seleção . É pena. Porque depois dos pais, não existe ninguém mais adequado para completar a educação, para ser realmente um emulador de vocações e exemplo para os jovens do que os professores. Só por meio deles o Brasil poderá dar o salto que tanto almejamos para os próximos dez ou vinte anos.
*Jornalista, Consultor de Comunicação. Editor do site www.comunicacaoecrise.com.
Email jforni@terra.com.br





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