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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sem conquistas, professores cedem

A mais longa greve dos professores no Rio Grande do Norte chegou ao fim ontem. Depois de quase 80 dias de paralisação e uma última rodada de negociações com o Governo do Estado - ocorrida na tarde de ontem - os professores votaram em assembleia e decidiram encerrar o movimento, mesmo sem conseguir as reivindicações propostas. Uma das coordenadoras do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte (Sinte-RN), Fátima Cardoso, defendeu a volta dos professores à sala de aula, a partir de hoje, em virtude do cerco imposto pelo Poder Judiciário: "Não sou irresponsável a ponto de  fechar o nosso sindicato".
aldair dantasProfessores votam em assembleia a volta às aulas a partir de hoje. Sindicato diz que temia o fechamento da instituição por descumprimento à JustiçaProfessores votam em assembleia a volta às aulas a partir de hoje. Sindicato diz que temia o fechamento da instituição por descumprimento à Justiça

Fátima Cardoso disse que o  Sinte já tem uma dívida de R$ 70 mil, por não ter atendido a determinação do Tribunal de Justiça que reconheceu, desde semana passada, como ilegal a paralisação do magistério. A diretora também disse que "o Sinte não ia radicalizar e ir para uma queda de braço como queria o governo", a fim de não prejudicar os professores e nem o sindicato. Durante a assembléia, o advogado do Sinte, Carlos Gondim, explicou que, mesmo faltando o julgamento do recurso à decisão do TJ, pedindo o efeito suspensivo, a sentença judicial ia ser aplicada.

Os professores votaram pela suspensão da greve depois de uma rodada de negociação com o governo, ocorrida à tarde no gabinete da secretária de Educação, Betânia Ramalho. Financeiramente não houve avanço nenhum na reunião de ontem por parte do  governo, que manteve o escalonamento do reajuste salarial de 34% entre setembro e dezembro deste ano e a garantia da implementação dos 21,7% previstos para aumento do piso salarial nacional em janeiro de 2012.

Revisão

A novidade apresentada pelo Governo do Estado foi o compromisso de negociar, tão logo se encerrasse a greve, a revisão do plano de carreira do magistério, que encontra-se engavetado no Gabinete Civil. Para isso, o governo comprometeu-se a criar um Fórum Permanente para tratar das demandas dos professores, segundo determinação da própria governadora Rosalba Ciarlini. "Cumpriremos a lei do piso nacional daqui pra frente. Mas, para garantir isso precisamos revisar o plano de cargos", disse a secretária-adjunta da Educação, Adriana Diniz.

O secretário estadual da Administração e dos Recursos Humanos, Anselmo Carvalho, participou da reunião e disse que a meta do Governo é estabelecer um consenso através do diálogo: "Continuamos negociando e no documento apresentado hoje garantimos a revisão do plano de cargos juntamente com uma comissão de representantes dos professores, estabelecendo inclusive, um cronograma. Faremos isso tão logo a greve seja encerrada".

Calendário deve ir até  31 de janeiro de 2012 com aulas aos sábados

O governo calculava que até ontem, ao fim da greve dos professores, só estavam paralisadas 19% das escolas estaduais. No levantamento feito pelo governo, estavam em atividade 553 das 691 das escolas da rede estadual de ensino. "O que estamos vendo é o retorno dos professores a sala de aula fazendo valer o sentimento de compromisso com o objetivo maior da Educação - o Aluno", c chegou a dizer a secretária estadual de Educação, Betânia Ramalho.

Em algumas escolas já havia exposto no quadro de aviso, um calendário do ano  letivo de 2011 que incluía o plano de reposição das aulas, paralisadas por causa da greve dos professores, até 31 de janeiro do  próximo ano. Na Diretoria Regional de Educação Cultura e Esportes (Dired)) de Natal a maior do Estado, por exemplo, 125 das 155 escolas estaduais, funcionam com aulas, representando 80,7% do total.  Coordenadora da Escola Estadual Berilo Wanderley, no conjunto Pirangi, Maria Auxiliadora Azevedo Cunha disse que essa era a primeira vez, "em muitos anos", que os professores haviam aderido à greve. Segundo ela, os professores já falavam em voltar às aulas hoje, mas durante a greve, só não houve aulas nos turnos vespertino e noturno, mas pela manhã não houve paralisação no ensino fundamental e médio.

Na Escola Estadual Lourdes Guilherme, no conjunto Jiqui, a diretora não quis se expor - "não sou contra a greve" -, mas confirmou que as aulas vinham ocorrendo normalmente. Já na Escola José Fernandes Machado, em  Ponta Negra, a paralisação foi total, dizia uma funcionária. 



http://tribunadonorte.com.br/noticia/sem-conquistas-professores-cedem/189578

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