O ensino de matemática nas escolas do Rio de Janeiro de nível médio pede socorro. Dados divulgados na última semana revelam que mais da metade dos alunos aprenderam apenas um terço da matéria ensinada em sala de aula nos primeiros dois meses de 2011.
A constatação foi feita pela Secretaria Estadual de Educação. Em abril, o órgão aplicou provas de português e matemática para os alunos do 5º ao 9º ano do ensino fundamental (equivalente ao primeiro grau) e para as três séries do ensino médio (equivalente ao segundo grau) de escolas públicas.
O resultado mostra que é preciso reforçar o ensino de matemática em todos os níveis, principalmente no primeiro ano do ensino médio.
De acordo com a secretaria, 71% dos alunos do primeiro ano não conseguiram acertar nem um terço da prova. Já no 2º e no 3º, o percentual era 66% e 52%, respectivamente.
Chama a atenção a queda do aprendizado entre o 9º ano do ensino fundamental (o último ano), quando 31% estavam abaixo da média, e o 1º ano do ensino médio, quando 71% dos alunos apresentaram déficit de conteúdo.
Na avaliação da secretaria, o ensino de matemática no 9º ano é fraco e por isso os alunos demonstram a deficiência no 1º ano do ensino médio. Mas para o diretor do Instituto de Matemática da UFF (Universidade Federal Fluminense), Celso José da Costa, a queda de desempenho reflete problemas estruturais desde os primeiros anos da educação básica.
- No caso da matemática, há um salto de dificuldade de um ano para o outro. Nesse momento, detecta-se no aluno toda a falha de conteúdo dos anos anteriores. O aluno chega de forma precária no 9º ano do [ensino] fundamental, mas, sem dominar o conteúdo prévio, ele não vai conseguir lidar com matéria mais abstrata no ensino médio.
Por outro lado, a secretaria explica que a aparente queda do percentual de alunos abaixo da média no 2º e 3º ano também não é um sinal de avanço e se deve à reprovação dos mais fracos.
A avaliação da Secretaria de Educação é aplicada a cada dois meses e serve para monitorar o desempenho dos alunos e identificar as lacunas de aprendizado. A ideia é elevar o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) do Estado do Rio, que está em um dos últimos lugares no ranking.
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