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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Dona de casa presa por reclamar da demora no atendimento de UPA


Com o surgimento de uma doença ou os sintomas anormais decorrentes, naturalmente, a maior parte da população busca atendimento na rede municipal de saúde. Com isso, padecendo de uma patologia e ainda com estado de saúde debilitado, espera-se que de imediato o atendimento médico seja realizado. Entretanto, essa ordem natural do acolhimento esbarra nas deficiências, que, além de provocar transtornos, ainda compromete o tratamento da população.

Apesar da moderna infraestrutura, um dos principais suportes no acolhimento da população no município, a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Santo Antônio possui uma carência de profissionais. Na unidade, que opera 24 horas ininterruptamente durante toda a semana, apenas dois médicos atuam a cada plantão, um na especialidade pediátrica e o outro clínica geral, que, todavia, ainda realiza pequenas intervenções cirúrgicas.

Em virtude dessa carência de profissionais, a assistência à saúde da população é prejudicada, gerando, entres os problemas, longas filas de espera, com pessoas que deveriam de imediato ser examinadas e submetidas ao tratamento médico. Em média, na maior parte dos casos, os pacientes chegam a aguardar até mais de duas horas para ser avaliado pelo médico.
Revoltada com a demora do atendimento aos pacientes, no último sábado, 14, a dona de casa Vera Lúcia Ferreira Rocha foi presa após reclamar da morosidade para receber assistência médica na UPA do Santo Antônio. Segundo a dona de casa, sofrendo com dores na região da nuca, ela procurou a referida Unidade de Pronto-Atendimento, mas acabou sendo detida pela polícia e não recebendo atendimento médico.
"Eu tenho depressão e tomo remédio com frequência, já tive câncer, problemas na vesícula e tireóide. Sou uma mulher doente e constantemente tenho dores. Por isso fui até a UPA. Porém, chegando lá depois de esperar mais de uma hora e vê as pessoas passando mal, inclusive idosos, procurei saber o porquê de tanta demora. As enfermeiras chamaram à médica, ela disse que falasse baixo e calasse a boca. E ainda ameaçou chamar a polícia e em seguida chamou", revela a dona de casa.
De acordo com Vera Lúcia, a polícia não aceitou justificativa e logo a prendeu sem averiguar o fato. "Os policiais foram ignorantes, me puxaram, colocando na viatura arrastada. Não deixaram ninguém ser minha testemunha, mas a médica levou uma enfermeira como testemunha. Isso é um absurdo, eles tratam a gente como bicho, um animal e não temos direito de reclamar? Claro que temos", afirma Vera Lúcia, acrescentando que passou 40 minutos detida na Delegacia de Plantão e agora aguardará o encaminhamento de comunicado da Justiça, convocando para audiência do caso.
Este, contudo, não se trata do único caso de insatisfação em relação ao acolhimento da UPA do Santo Antônio. A bacharela em Direito Isabela Santos vivenciou a situação e conta como é lamentável necessitar de atendimento e permanecer durante horas na fila. "Mesmo sentindo dor, eu e mais umas 30 pessoas ficamos esperando cerca de duas horas para sermos atendidas pelo médico. A pessoa já fica debilitada pela doença e ainda tem que sofrer mais com essa situação, é inadmissível para um pronto-socorro", reclama. 
Direção da UPA e Gerência Executiva da Saúde não concedem declarações sobre o fato
Na tentativa de indagar sobre o caso e as reclamações da população no que se refere ao atendimento da UPA do Santo Antônio, a equipe de reportagem do jornal O Mossoroense tentou entrar em contato com a direção. Porém, foi informada que a diretora estava em uma reunião externa e que retornaria posteriormente. No entanto, até o fechamento desta edição, a gestora não concedeu declarações sobre o fato.
Além disso, a equipe deste periódico procurou o gerente executivo da Saúde, Benjamim Bento, objetivando questionar sobre as falhas no atendimento da UPA do Santo Antônio denunciadas pela população. Entretanto, a equipe de reportagem não conseguiu falar com o titular, pois foi informada que Benjamim estava ocupado.

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