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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Projetos mudam cara da caatinga potiguar


Projetos mudam cara da caatinga potiguar
JOTTA PAIVA
Da Redação

Mais R$ 6 milhões serão destinados para a recuperação da caatinga no Nordeste. No último dia 9, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, assinaram termo de adesão do banco à Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P). Os recursos do fundo vêm do orçamento da Caixa, correspondente a 2% do lucro líquido do banco e de doações.
A notícia foi bem recebida no Rio Grande do Norte. Entidades que trabalham com projetos de uso sustentável da caatinga disseram ter tomado conhecimento do interesse da instituição financeira em investir na área há pelo menos 30 dias e estão aguardando a abertura do edital.
O manejo sustentável da caatinga foi iniciado na década de 1980, através da técnica do professor João Ambrósio, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA/CE). Na região, o trabalho é mais recente e chega através do projeto GEF Sertão, via Projeto Dom Helder Câmara (PDHC), com gerenciamento da Cooperativa Terra Viva.
Segundo o engenheiro agrônomo Paulo Segundo, a Terra Viva atua em seis municípios com 16 áreas sendo trabalhadas. As ações foram iniciadas a partir de 2002, aumentando sua área de abrangência entre os anos de 2008 e 2009. "Cada área tem uma particularidade e necessita de um cuidado específico, por isso fazemos o chamado raleamento da caatinga, que é a retirada de uma vegetação para dar lugar a outra", disse.
De acordo com ele, o remanejamento tem fins ambientais e prevê a recuperação do solo e do bioma. "A partir da recuperação é possível aproveitar a caatinga para a produção de mel e a criação de animais de pequeno porte, como o bode", acrescenta.
Os agricultores realizam também o manejo para a fruticultura, aproveitando para plantar a ceriguela, o cajá e a cajarana, plantas típicas que podem se adequar ao clima árido. "Em Apodi, já tem proprietário com mais de 50 fruteiras crescendo", conta Paulo. O manejo permite ainda o replantio de espécie como sabiá, que serve para a retirada da estaca, vendida no mercado a até R$ 3,00 cada. "Existe uma área em Apodi que é possível retirar até 300 estacas de sabiá por ano, sem colocar em risco o bioma", complementa.
Paulo explica que o trabalho feito com a caatinga aumenta a diversidade das áreas e permite o retorno dos animais que estão desaparecendo da região. "O maior trabalho é o educativo, com a formação dos agricultores que preservam a caatinga e ainda conseguem tirar retorno financeiro disso", finaliza.
A supervisora do Projeto Dom Helder, Rosana Gurgel, avalia como uma coisa muito positiva, primeiro pela preservação ambiental, e com isso, a geração de renda. "Existe uma área no assentamento Moacir Lucena, em Apodi, que consegue ter caprino e apicultura ao mesmo tempo", enfatiza.
Encontros discutem novas tecnologias
O reflorestamento da caatinga cria um ambiente perfeito para a apicultura, principalmente na produção orgânica. Trabalhadores estudam a implantação das melhores plantas apícolas que permitam o aumento da produção do mel em cada colmeia.
Os estudos sobre a caatinga são realizados com frequência. Neste mês, serão realizados dois encontros de capacitação de técnicos e agricultores sobre a preservação e aproveitamento do bioma. A partir do dia 26, haverá uma formação com o professor João Ambrósio, envolvendo todas as parceiras do Projeto Dom Helder Câmara.
Nos dias 30 de junho e 1° de julho haverá o 2° Encontro de Formação pela Experimentação em Manejo da Caatinga, na localidade de Santa Maria, em Upanema. O encontro reunirá membros dos 16 projetos experimentais do reflorestamento da caatinga nos seis municípios envolvidos.

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